Óleo de fígado de bacalhau

Este remédio antigo fazia bem a tudo e chegou-se a tomar na escola, eu não.

No primeiro ano de vida foi atribulado. Primeiro nasci de cesariana, safei-me porque os meus pais estavam em Lisboa.

Nasci na Magalhães Coutinho, depois, passados alguns meses tive tosse convulsa. O que me salvou foi um médico de Nome Silva Carvalho com um remédio forte cujo o nome era Lipóbiase.

Quando aos 5 anos fui para o Alentejo levei o remédio comigo, cada vez que me constipava tomava este remédio.

Bem que o médico da terra me tentou dar outros mas a minha mãe tinha tanto medo que a minha tosse se volta-se a repetir.

O médico receitava os xaropes e ela comprava o outro, então o médico disse-lhe que podia dar mas só de Inverno, fora disso não.

Como eu continuava sempre sem apetite e fraca a minha avó cada vez que ía de casa das minhas tias, chateava a minha mãe que eu devia tomar o tal óleo de fígado de bacalhau, pois os meus primos bebiam daquilo como quem bebe água.

A minha avó tanto disse que a minha mãe foi a farmácia comprar. Lembro-me tão bem... Para o jantar foi feijão refogado com espinafres sem ovos nem nada.

Comi o jantar, logo depois veio o remédio, foi o remédio, foi o jantar, tudo fora e só não foram as tripas porque não calhou. Nessa noite foi só água que cá entrou.

Na manhã seguinte a minha avó voltou a tentar e nessa altura o meu pai não gostou, porque ele próprio tinha provado quando era pequeno.

Pediu o remédio a minha avó, pegou no frasco e atirou-o contra uma parede no quintal e nunca mais se falou lá em casa do óleo de fígado de bacalhau.

Mais uma memória da minha infância.

Sejam felizes.

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