A rua da Adua, hoje Rua das Flores
Este ano nas férias fui matar saudades da primeira rua onde morei na vila de nome a rua da Adua.
Quando fui para Cabeço de Vide fui viver para o monte do Açúde no caminho para Alter fica do outro lado da estrada ao pé do papa leite.
Se formos de Cabeço de vide o papa leite fica do lado esquerdo o monte do açúde do lado direito ,mais escondido no meio das oliveiras e dum canavial de canas da índias que havia naquela altura.
Lembrou-me perfeitamente de andar no meio das canas com o meu pai, estas eram boas para a varejar as oliveiras no tempo de colher as azeitonas.
Faz agora 50 anos que entrei para a escola e uns meses antes os meus pais alugaram uma casa na rua da adua mesmo lá ao fundo perto da escola.
Quem também lá morava era a Maria Helena Barradas que conheci na altura e que me ensinou a coser as roupas das bonecas e a cortar a roupa.
Embora eu não tivesse autorização para usar a tesoura, as agulhas sim, sentadas no degrau da porta dela levávamos a tarde a coser as roupas, depois de eu vir do monte.
Quando ficava o tempo todo no monte, ao serão quem nos visitava era o senhor Fernando Barbante era vaqueiro na quinta Que se encontra mais á frente no caminho de alter onde o meu avô era cozinheiro.
Eu gostava muito de brincar ás escondidas com o Sr. Barbante eu sabia sempre quando ele chegava pois os cães davam sinal, eu assim que os ouvia escondia-me na porta do quarto por detrás a cortina de chita e dizia aos meus pais para dizerem que eu tinha ficado em casa da minha avó.
Claro que depois aparecia e ele perguntava sempre por mim,depois ficava a ouvir as histórias deles a lareira até quase cair para o lado e adormecer.
Foi nesta horta que tive o meu primeiro cão e que me acompanhou toda a minha meninice e juventude viveu até eu ter quase 20 anos, grande companheiro de brincadeira e meu defensor.
A minha mãe nunca me batia se ele estivesse por perto porque ele atirava-se a ela por isso a minha mãe tinha medo dele.
Nesta rua vivia a senhora Rosa das bonecas nunca soube o nome dela, eu achava que ela tinha muitas bonecas.
Quando escrevo estas memórias volto atrás no tempo e é como se as voltasse a viver todas essas emoções e até as gargalhadas que dei e é me tão saboroso este reviver.
Aqui fica mais uma memória.
Sejam felizes.